Início Cultura Lembrança | Cafeteria no centro faz tributo a Belchior

Lembrança | Cafeteria no centro faz tributo a Belchior 3v3961

Dona Boleira apresenta escritor cearense e sua obra sobre o artista falecido em Santa Cruz há oito anos 5x4u4d

Jornalista Alberto Perdigão vai conversar com o público acerca do cordel, da literatura e da biografia de Belchior
Arquivo pessoal

Uma roda de conversa sobre a poética do cantor e compositor Antonio Carlos Belchior será realizada amanhã, às 17 horas, na Cafeteria Dona Boleira (Rua Marechal Floriano, 77, Centro). O encontro terá como facilitador o jornalista e pesquisador cearense Alberto Perdigão, autor do livro “Belchior: a construção de um mito na literatura de cordel” (RDS, 2025, 308 p.). Os interessados poderão declamar ou tocar trechos dos sucessos imortalizados na MPB.

Com o título “Na Parede da Memória”, a proposta é reunir fãs de Belchior e interessados em literatura para lembrar as letras das canções do compositor, que também foi identificado como poeta e filósofo. “A originalidade, a multitemática, a dialética, o engajamento e a intertextualidade são as características destacadas nas biografias dos livros”, explica Perdigão. “Na literatura de cordel, aparecem o lirismo e a genialidade como destaques”, acrescenta. Ao final da roda de conversa, o autor autografará o livro.

Belchior morreu na madrugada do dia 30 de abril de 2017, aos 70 anos, de um aneurisma da aorta, em casa, em Santa Cruz do Sul, onde morava com a companheira, Edna Prometeu. O livro é o resultado de uma pesquisa inédita sobre as biografias de Belchior publicadas em livros e em folhetos da literatura de cordel. A pesquisa reuniu nove livros e 19 folhetos que biografam Belchior, com rima e métrica. Este tipo de literatura, que também influenciou o cearense de Sobral, é muito forte no Nordeste e nos Estados que receberam mais imigrantes da região.

“A vida, a obra e a morte do Belchior são narradas de formas diferentes, nos livros e nos folhetos”, afirma Perdigão. De acordo com a pesquisa, a maior diferença está no capítulo referente à morte. “Enquanto a mídia tradicional condena Belchior durante os anos de sumiço e põe um ponto final na morte, o folheto absolve Belchior e o eterniza num céu que é próprio do cordel”, reforça.

Alberto Perdigão é jornalista, mestre em Políticas Públicas e Sociedade. Integra a Rede Folkcom de pesquisadores da folkcomunicação e compõe a diretoria da Associação Cearense de Imprensa. É autor de “Pretas e Pretos na Literatura de Cordel” (RDS, 2023), “Política e Literatura de Cordel” (RDS, 2022) entre outros.